O FUTURO DO DATACENTER E CLOUD EM ANGOLA – Por José Assis

Desde 2012 que Angola testemunha o aparecimento de vários Datacenters, sejam eles provenientes de operadoras de telecomunicações, ou de empresas independentes. O aumento do número de datacenters onde os clientes podem colocar os seus equipamentos e fornecer serviços de cloud é inegável. No entanto, os Datacenters Neutros – conhecidos como Carrier Neutral – têm sido cada vez mais requisitados, especialmente pelas gigantes produtoras de conteúdo e entretenimento: Facebook, Google, Microsoft, Amazon, etc…

Não obstante, a dimensão e capacidade de qualquer Datacenter existente em Angola, é insuficiente para suprir as necessidades tanto actuais como futuras, da Digitalização da Economia, assim como albergar a capacidade de grandes operadoras acima mencionadas.

A Digitalização da Economia, bem como a do Estado Angolano e da maioria das organizações,  tem sido tímidas até então. Os Datacenters garantem às organizações fiabilidade, confiança e continuidade das operações dos serviços 24×7 sem preocupação com gestão de infra-estruturas que sustêm os sistemas informáticos e aplicativos.

Angola conta, neste momento com 4 Cabos de Fibra Óptica Internacioinal e em 2023 contará com o famoso AFRICA2.”

A conectividade de Angola ao Mundo e aos países vizinhos é essencial para suprir Serviços de Cloud de baixa latência, servindo assim a RDC, Congo Brazzaville, Zâmbia, Gabão e Guiné Equatorial, contando com cerca de 30 milhões de utilizadores de internet, quase tanto quanto a África do Sul que detém de 15 Datacentes e Serviços da AWS e Microsoft, sediados nesse país. Sendo assim, Angola pelas suas ligações, seja por mar ou terra, é o país de eleição de implementação de Datacenters de grande capacidade, que poderá ser o provedor destes serviços aos países da região e arredores.

 

Energia
É de referir a capacidade de produção de energias renováveis (Hídrica e solar), com preços concorrenciais face aos praticados nos países SADC, passando a ser uma localização essencial para a implementação destes serviços, podendo chegar a 7.5GW de potência. Fazendo uma comparação com África do Sul, que este ano atingiu o preço por KW/hour de $ 0,085USD enquanto o preço em Angola é de $0,022 USD, sendo a média mundial $0,125 USD – Angola é um dos países com energia mais barata e a problemática que os grandes Datacenters se debatem é o intenso consumo de energia, sobretudo devido aos equipamentos de refrigeração.

Virtualização
Devido a equipamentos bem mais eficazes e ergonómicos, é possível disponibilizar mais capacidade num Datacenter, do que era há 19 anos atrás e isso faz com que o volume de dados e o seu armazenamento seja cada vez maior com o mesmo espaço físico.

 

Um passo para a digitalização em Angola
Angola não poderá ficar para trás neste aspecto, porque o mundo caminha para a digitalização, mesmo que o paradigma difira de continente para continente – Europa, Ásia ou América dispõem de toda a infra-estrutura – e Angola não se pode esquecer que até há 2 anos quem dissesse que seria um cartão de vacinas digital par viajar, seria no mínimo apelidado de louco.
A economia é cada vez mais dependente de Datacenter – seja a nível regional ou mundial – pois é neles que se albergam todos os sistemas que hoje temos armazenados em casa ou na empresa.
E para não colocarmos a economia em “cheque” nos próximos anos, será necessário a todos um investimento massivo na digitalização dos sistemas e nas aplicações e ao mesmo tempo, na criação de infra-estruturas para que as mesmas possa estar disponíveis a qualquer altura e qualquer local do país.

 

Investimento no Datacenter
As empresas e o próprio Estado deverão ter noção que a construção de um datacenter para a sua operação pode não ser um grande investimento, mas a operação de o manter disponível a 100% durante 24/7 pode ser um desafio demasiado alto, uma vez que há escassez de capital humano para cobrir as reais necessidades do país. Investir em equipamento pode ser interessante, mas a operação é feita por pessoas e sistemas sensíveis e complexos e isso é o que garante a operação de um datacenter.

Assim sendo, a construção de Datacenters de grande capacidade que possam servir tanto aos privados como ao Estado seria uma mais valia, uma vez que os recursos financeiros para a construção e operação, seriam canalizados para sistemas e aplicações que iriam melhorar a economia digital e aumentar o volime de negócios e melhoria dos serviços estatais para o cidadão.

 

Angola Ganha
Angola pode tirar partido tanto as sua localização geográfica, como da conectividade que tem com o resto do continente africano, nomeadamente aos países vizinhos, com o o continente amerciano (Via Brasil – SACS Cables) e Europeu, com o baixo custo de energia e com a crescente densidade populacional seja de Angola como RDC, que os colocam nos países africanso com taxa de natalidade mais elevada de África, gerando no futuro uma população jovem ávida pelas novas tecnologias e cada vez mais adaptadas ao mundo digital.

Acreditamos que o futuro é agora e podemos, em pouco tempo, recuperar a confiança dos investidores e parceiros neste processo, pois sozinhos não seremos capazes de levar avante a magnitude do trabalho a ser efectuado e criar alianças de desenvolvimento para o país e seus concidadãos, na melhora do acesso à digitalização da economia. Temos uma enorme capacidade de saltar da “panela de barro” para a “panela de pressão” e poder fazer transições de forma a acompanhar os desafios de um mundo mais digital onde a internet será um bem tão precioso como a energia e a água.

 

Por José Assis
CEO Grupo Multipla

 



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